“Terra com Memória é um tributo a um Portugal que já não existe e às suas gentes que, duramente, trabalharam para que nós, seus filhos e netos, tivéssemos um futuro melhor.
É o reconhecimento de uma sabedoria intrínseca à gestão de todo um conjunto de atividades: da cava a rega, da sementeira à colheita. (…)
É a Memória de uma Terra que não esquece o passado, mas que não permanece nele. Terra que é o solo, a terra agrícola, mas também a povoação, as pessoas. A terra que guarda a memória dos trabalhos agrícolas a realizar, do que tem de ser feito a cada ciclo: as pessoas, com a memória do seu passado e dos conhecimentos ancestrais”.
O texto que se transcreve é parte do que aparece na contracapa. -Escrito pelo autor? – Fazendo jus ao projeto que está nas mãos de quem, agora lhe toca e lê, mas que foi trabalho de autor na escrita sobre os atores de um passado recente em que a natureza, e os seus ritmos, se fazia expressão cultural com rituais e tarefas que o tempo e as estações repetiam, ano após ano.
Contrariamente ao projetado, o autor destas linhas não conseguiu, ainda, ler o livro em que se encontra compilado e criado todo o percurso anual que permitia às gerações de um passado recente viver, em plenitude, o respeito pelas exigências do tempo e dos campos. Enquanto experimentavam as agruras e conquistas da vida, tantas vezes envoltas em histórias e acontecimentos que concretizavam as suas vidas por sendas nem sempre muito direitas, repetiam ciclos e acrescentavam, sempre, mais vida à existência que cumpriam.
Era a vida. É a vida, agora, envolta em outros ritmos!
Feita esta introdução, resta dizer que o autor deste livro que trata e retrata estas vivências enquadradas, “por acaso” no ano de 1961, de janeiro a dezembro, é António Miguel Poças, Presidente do Conselho de Administração da inCentea que, no passado dia 26 de junho, apresentou na terra que o viu crescer e lhe ensinou, juntamente com as suas gentes, tanto destes ritmos de vida que agora, em jeito de partilha, oferece, sobretudo, às gerações mais novas! Feito para que o legado dos antepassados tenha memória e história! Ambição boa de partilhar com o mundo o que foi e vai conseguindo ver de vida em si e nos outros!
Abílio Lisboa
